31 de janeiro de 2014

7 erros de pais e mães que impedem que as crianças se transformem em líderes

Em um artigo para a revista Forbes, a especialista em carreiras Kathy Caprino uniu sua experiência como escritora e instrutora de liderança com seu passado de terapeuta familiar para falar sobre comportamentos parentais funcionais e disfuncionais. De acordo com ela, mesmo toda a sabedoria e amor do mundo não necessariamente protegem as pessoas, como pais, de criar seus filhos de forma que eles não sejam tão prósperos e independentes e se tornem os líderes que têm o potencial de ser.

Kathy conversou com o especialista em liderança Tim Elmore para saber mais sobre como os pais estão falhando com as crianças de hoje – mimando e paralisando-os. Elmore é um autor best-seller com mais de 25 livros, incluindo “Generation iY: Our Last Chance to Save Their Future”, “Artificial Maturity: Helping Kids Meet the Challenges of Becoming Authentic Adults” (sem edições em português), e da série “Habitudes: Imagens que formam hábitos e atitudes de liderança”.

Ele é fundador e presidente da Growing Leaders, uma organização dedicada à tutoria de jovens.

O autor falou a respeito de 7 comportamentos parentais prejudiciais que impedem as crianças de se tornarem líderes – de suas próprias vidas e de empresas de todo o mundo:

1. Não deixamos nossos filhos experimentarem o risco

Vivemos em um mundo que nos adverte do perigo a cada curva. A preocupação com a “segurança em primeiro lugar” reforça o nosso medo de perder nossos filhos, então nós fazemos tudo que podemos para protegê-los. Esse é o nosso trabalho, afinal de contas, mas acabamos os isolando de comportamentos de risco saudáveis – e isso tem um efeito adverso.

Na Europa, psicólogos descobriram que, se uma criança não brinca fora de casa e nunca é autorizada a experimentar um joelho esfolado, ela frequentemente têm fobias quando adulta. As crianças precisam cair algumas vezes para aprender que é normal; adolescentes provavelmente precisam romper com um namorado ou namorada para apreciar a maturidade emocional que relacionamentos duradouros necessitam. Se os pais removem o risco da vida das crianças, provavelmente nossos líderes em crescimento apresentarão alta arrogância e baixa autoestima.

2. Nós os resgatamos muito rapidamente

A geração de jovens de hoje não desenvolveu algumas das habilidades de vida que as crianças de 30 anos atrás tinham porque os adultos se intrometem e cuidam dos problemas para eles. Quando os resgatamos muito rapidamente e sufocamos nossos filhos com “ajuda”, isto elimina a necessidade de eles atravessarem dificuldades e resolverem os problemas por conta própria.

É paternalidade de curto prazo e passa longe do objetivo de liderança – equipar nossos jovens a alcançar feitos sem ajuda. Cedo ou tarde, as crianças se acostumam com alguém vindo sempre ao seu resgate, quando, na realidade, isso não é nem remotamente perto de como o mundo funciona, e, portanto, as desabilita para se tornarem adultos competentes.

3. Nós nos empolgamos com muita facilidade

O movimento da autoestima deu as caras nos anos 1950, mas criou raízes em nossos sistemas escolares nos anos 1980. É só assistir a um campeonato de futebol infantil para ver que todo mundo é um vencedor. Esta mentalidade de “todo mundo ganha um troféu” pode até fazer com que as crianças se sintam especiais, mas pesquisas têm indicado que este método tem consequências não intencionais.

As crianças eventualmente observam que a mãe e o pai são os únicos que pensam que eles são incríveis quando ninguém mais está dizendo isso. Eles começam a duvidar da objetividade de seus pais; aquilo dá uma sensação boa no momento, mas que não está conectada com a realidade. Quando os pais elogiam muito facilmente e ignoram o mau comportamento, os filhos, eventualmente, aprendem a enganar, mentir e exagerar para evitar a realidade difícil. Eles não foram condicionados a enfrentá-la.

4. Deixamos culpa atrapalhar nosso julgamento

Seu filho não tem que te amar a cada minuto. Seus filhos vão superar a decepção, entretanto não vão superar os efeitos de serem mimados. Então, diga “não” ou “não agora”, e deixe-os lutar por aquilo que eles realmente valorizam e necessitam. Como pais, temos a tendência de dar aos filhos o que eles querem, principalmente quando temos mais de um. Quando alguém vai bem em alguma coisa, nós sentimos que é injusto elogiar e recompensar um e não o outro. Isso é surreal e uma oportunidade perdida de fazer valer o ponto para os nossos filhos que o sucesso depende de nossas próprias atitudes e boas ações.

Tenha cuidado para não lhes ensinar que uma boa nota é recompensada por uma ida ao shopping. Se o seu relacionamento é baseado em recompensas materiais, as crianças não vão experimentar nem a motivação intrínseca, nem o amor incondicional.

5. Nós não compartilhamos nossos erros do passado

Adolescentes saudáveis ​​vão querer abrir as asas e precisam tentar coisas por conta própria. Nós, como adultos, devemos deixá-los, contudo isso não significa que não podemos ajudá-los a navegar por essas águas. Compartilhe os erros relevantes que você cometeu quando tinha a idade deles, de forma que os ajude a aprender a fazer boas escolhas (evite “lições aprendidas” negativas que têm a ver com o tabagismo, álcool, drogas ilegais, etc).

Além disso, as crianças devem se preparar para encontrar deslizes e enfrentar as consequências de suas decisões. Conte a eles como você se sentiu quando enfrentou uma experiência semelhante, o que motivou suas ações e as lições aprendidas com tal situação. Como não somos a única influência sobre nossos filhos, devemos ser a melhor delas.

6. Confundimos inteligência, talento e influência com maturidade

Inteligência é frequentemente utilizada como uma medida de maturidade de uma criança, e como resultado, os pais assumem que uma criança inteligente está pronta para o mundo. Esse não é o caso. Alguns atletas profissionais e estrelas de Hollywood, por exemplo, possuem talento inimaginável, mas ainda são pegos em um escândalo público.

Só porque a superdotação está presente em um aspecto da vida de uma criança, não assuma que ela permeie todas as áreas. Não há uma “idade de responsabilidade” mágica ou um guia comprovado a respeito de quando uma criança deve ter liberdades específicas, mas uma boa regra de ouro é observar outras crianças da mesma idade que a sua. Se você perceber que elas estão fazendo mais do que o seu filho faz, você pode estar atrasando a independência dele.

7. Faça o que eu digo e não o que eu faço

Como pais, é nossa responsabilidade modelar a vida que queremos que nossos filhos vivam. Como os líderes de nossas casas, podemos começar apenas dizendo palavras honestas – mesmo mentirinhas virão à tona e lentamente irão corroer seu caráter. Observe a si mesmo nas pequenas escolhas éticas que outros possam perceber, porque seus filhos vão notar também. Se você não der “um jeitinho”, por exemplo, eles vão saber que não é aceitável que eles tenham o mesmo comportamento.

Mostre a seus filhos o que significa se doar abnegadamente e com alegria a um projeto voluntário ou a um grupo comunitário. Deixe pessoas e lugares melhores do que você os encontrou, e seus filhos vão notar e fazer o mesmo.

Esses sete comportamentos citados, e outros, podem vir de uma vontade dos pais de compensar algo que a geração anterior fez. “Os adultos primários na vida das crianças hoje têm se centrado no agora ao invés de pensar no que vem depois. É sobre a sua felicidade hoje, não a sua prontidão amanhã”.

“Eu suspeito que é uma reação”, continua o estudioso. “Muitos pais de hoje tiveram pais e mães que pensavam apenas em como se preparar para o amanhã: poupar dinheiro, não gastá-lo, e se preparar para a aposentadoria. Em resposta, muitos compraram a mensagem de ‘abraçar o momento’”. E assim o fizeram.

Tendo isto em vista, fica a questão de como os pais podem se afastar destes comportamentos negativos – sem ter que contratar um terapeuta familiar para ajudar. O especialista também tem a resposta. “É importante que os pais tornem-se extremamente autoconscientes de suas palavras e ações ao interagir com seus filhos, ou com os outros quando os seus filhos estão nas proximidades. Eles devem se importar o suficiente para treiná-los, e não apenas dar a eles uma vida boa. Orientá-los, mais do que dar carinho”.

Abaixo estão dez itens que podem ajudar a evitar os comportamentos negativos listados por Elmore e Kathy:

Fale sobre os problemas que você desejaria ter conhecido a respeito da vida adulta.
Permita-lhes tentar coisas e até mesmo os deixe falhar.
Discuta as consequências futuras se eles não conseguirem dominar certas exigências.
Ajude-os a combinar suas forças para enfrentar os problemas do mundo real.
Forneça projetos que requerem paciência, para que eles aprendam a adiar a gratificação.
Ensine-os que a vida é feita de escolhas e trocas, pois eles não podem fazer tudo.
Inicie (ou simule) tarefas de adultos como pagar contas ou fazer negócios.
Apresente-os a potenciais mentores de sua rede de contatos.
Ajude-os a vislumbrar um futuro gratificante e, em seguida, discuta os passos para chegar lá.
Celebre o progresso que eles fazem em direção à autonomia e à responsabilidade. [Forbes]

25 de janeiro de 2014

Não tenha medo de dar um feedback negativo, as pessoas querem isso

Você prefere ouvir comentários positivos sobre o seu desempenho ou sugestões de como você pode melhorar? De acordo com a revista “Harvard Business Review”, embora ninguém goste de fazer uma avaliação negativa, todos gostam de ouvir sugestões de melhorias. Os consultores para desenvolvimento de liderança Jack Zenger e Joseph Folkman publicaram o resultado de sua pesquisa na semana passada, que foi realizada com 899 pessoas, 49% de norte-americanos e o restante de outros lugares do mundo.
As medidas de avaliação usadas pretendem mensurar o quanto as pessoas preferem receber ou dar feedbacks ambos positivos e corretivos. Elas também mediam o nível de autoconfiança. Para o estudo, comentários elogiosos, de reforço e de parabenização foram agrupados como feedback positivo. Já sugestões de melhoria, exploração de novas e melhores formas de fazer as coisas ou apontar algo que foi feito de uma maneira menos do que ideal foram considerados feedback corretivo.
“Nós pensamos que esta é uma distinção importante, pois, como os seguintes dados afirmam, as pessoas querem um feedback corretivo, como definimos, ainda mais do que desejam um elogio, se esta avaliação for disponibilizada de uma forma construtiva. Em uma margem de aproximadamente três por um, elas acreditam que isso é ainda mais eficiente para melhorar seu desempenho do que um feedback positivo”, explicam os autores da pesquisa.
Chefes rígidos podem fazer com que funcionários sejam mais criativos
De acordo com os resultados, basicamente o mesmo número de pessoas gosta e não gosta de dar feedback positivo. “Isso é fascinante, dada a elevada percentagem de pessoas que apreciam receber um feedback positivo, somado ao seu impacto positivo na melhoria do desempenho”, afirmam.
Como era de se esperar, o número de pessoas que prefere evitar dar feedback negativo foi expressivo. Além disso, os resultados ainda mostram que as pessoas preferem receber comentários positivos com a mesma intensidade que não gostam de dar feedback negativo.
A última questão com a qual os entrevistados se deparavam era: eles preferem elogio/reconhecimento ou feedback corretivo? 57% das respostas foram em favor do feedback corretivo. “Bem, talvez isso não seja surpreendente, já que a nossa descoberta mais enfática foi relacionada a que tipo de feedback tinha o maior impacto sobre o desempenho do trabalho das pessoas. Quando perguntado o que foi mais útil em sua carreira, um total de 72% disse acreditar que seu desempenho melhoraria se os seus gestores fornecessem feedback corretivo”, revelam.
Chefe é chefe – uma reflexão fabulosa!
Porém, antes de chamar seus subordinados para uma conversa, é bom prestar atenção em como dar este feedback. Afinal, 92% dos entrevistados concordaram com a afirmação “Feedback negativo (de redirecionamento), se passado de forma adequada, é eficaz na melhoria do desempenho”. Os números ainda mostraram que aqueles que têm mais dificuldades em passar essa avaliação negativa também estão menos dispostos a recebê-las. Por outro lado, os que classificaram seus gestores como altamente eficazes em proporcionar-lhes um feedback honesto e simples preferem esse tipo de crítica. Além disso, a pesquisa mostrou também que parece haver uma forte correlação positiva entre nível de confiança de uma pessoa e sua preferência em receber feedback negativo.
A pesquisa ainda buscou descobrir se a faixa etária faria diferença nesse quesito. Na amostra, 12% tinham entre 50 e 70 anos, 50% tinham entre 50 e 30 anos e 38% tinham menos de 30 anos. De um modo geral, quanto mais velhos os entrevistados eram, mais feedback de ambos os tipos as pessoas queriam. Os nascidos entre a década de 1940 e 1960 mostraram preferência muito maior para dar feedback positivo e receber feedback negativo do que os outros dois grupos. “Não está claro se essas diferenças são principalmente relacionadas com a idade ou em função de terem estado no mercado de trabalho por um período mais curto de tempo”, ponderam os estudiosos.
Chefia e liderança: tem diferença?
Para Zenger e Folkman, por mais que os dados possam se dividir em várias categorias, o mais importante é atentar para o fato de que as pessoas acreditam que a crítica construtiva é essencial para o desenvolvimento de sua carreira, e querem que isso parta de seus superiores, ainda que muitas vezes estes não se sintam confortáveis ao fazê-lo.
“A partir disso, concluímos que a capacidade de dar feedback corretivo construtivo é uma das chaves fundamentais para a liderança, uma habilidade essencial para aumentar o desempenho da sua equipe que pode fazer com que essa pessoa se destaque”, finaliza a dupla. [Life Hacker, HBR Blog]

10 de janeiro de 2014

Como fazer o dinheiro comprar felicidade




Muita gente defende que “dinheiro não traz felicidade”, com receio de que defender o oposto soe superficial. Ao mesmo tempo, sabe-se de muitos casos de pessoas ricas que entram em depressão, a despeito de todo o conforto material que têm. Mas então, dinheiro traz felicidade? Depende de como você o gasta.
Usando uma simpática animação (sem legendas em português, infelizmente), a equipe do canal AsapSCIENCE explica a correlação entre dinheiro e felicidade (e como podemos nos beneficiar com ela).

• Dinheiro pode comprar felicidade?
“Humanos são sensíveis a mudanças. Quando recebemos um aumento ou gratificação, ficamos felizes”, explica. “Mas nós nos adaptamos rapidamente. Alguns estudos mostraram que, nos Estados Unidos, uma renda adicional de US$ 75 mil [cerca de R$ 150 mil] por ano não causa impacto na felicidade diária”.

• Dinheiro só traz felicidade quando seus vizinhos tem menos
Pessoas que ganham na loteria, contrariando o que muita gente pensa, “frequentemente contam que ficam extremamente infelizes; elas acabam gastando todo o dinheiro, fazendo dívidas e arruinando relações sociais”.

• Por que perder dinheiro é tão assustador?
Assim, no lugar de gastar dinheiro consigo mesmo, os autores do vídeo sugerem que você gaste com outra pessoa – mesmo que você não a conheça (como no caso de doações para caridade). “A maneira específica como você gasta o dinheiro com outro não importa: de presentes triviais a grandes doações, gastar algo com os outros aumenta sua felicidade”.

• Cuidado! Ganhar muito dinheiro pode lhe matar
Se for gastar dinheiro com você mesmo, os autores aconselham que busque experiências (como viagens e eventos) ao invés de objetos materiais: o impacto na felicidade é mais duradouro. “E, enquanto economiza para grandes experiências, não se esqueça de pequenas alegrias da vida; muitos prazeres pequenos ajudam a passar os dias e encorajam mudanças, que estimulam o cérebro”.[Youtube]